dezembro 04, 2007


Plac! Plac! Plac!

Ai está o preço do seu orgulho.
Estampado em seu sorriso amarelo.
Passou a vida brincando com monstros e o que esperava encontrar?
Ambição, sangue e tortura.
O medo, a respiração ofegante e o nervosismo podem inspirar um artista.

[Vou te contar uma pequena historia...]

Era um dia nublado, meus pais saíram para fazer as compras do mês e me abandonaram em casa.
Me lembro desse dia como se fosse hoje, eu era uma criança muito perturbada e estava com medo, espíritos, vozes e o medo de mim mesmo me deixava cada vez mais preocupado.
Tinha 11 anos de idade e estava no andar de baixo da minha casa assistindo meu desenho favorito quando ouvi um barulho no andar de cima, quase me caguei e vou ser sincero, eu não sei o que me deu para subir lá.
Cada degrau era uma tortura, minhas pernas pesavam toneladas e o suor escorria pelo meu rosto. Enfim cheguei ao ultimo degrau, escutei uma bola batendo contra o chão no quarto ao lado, fui andando lentamente, a dor de barriga me castigava e não conseguia conter o movimento involuntario do meu corpo, a medida que me aproximava do quarto o barulho da bola batendo contra o chão aumentava juntamente com o ritmo das batidas e aquilo foi me deixando maluco, tudo rodava, o suor escorria e tudo que eu podia fazer era tentar enfrentar meu medo.
Quando cheguei à porta do quarto o barulho era ensurdecedor, era como se a bola batesse no chão 10 vezes por segundo e o som ecoava em minha cabeça. Tudo estava apagado e fiquei cerca de 15 minutos tomando coragem para abrir a porta até que o barulho foi diminuindo e lentamente abri a porta.
Lá estava meu irmão mais novo, seu sorriso inocente e cativante, uma criança realmente adorável. Ele jogou a bola pra mim e passou correndo.
Sentei no chão e acordei com meus pais jogando água no meu rosto.

[Chega de historia]

Contei isso por um simples motivo, eu era uma criança quando meu irmão me passou a bola, já sentiu a responsabilidade quando alguém passa a bola pra você?
Hoje resolvi conversar com o espelho e adoro quando o espelho me escuta, quando olho meu reflexo vejo meu irmão que matei aos 10 anos por ciúmes e amor aos meus pais, vejo os sonhos das pessoas que já destruí e os corações que parti.
Vejo toda a ambição, toda a clareza e toda a confusão que sou, que somos.



Hoje meu caro espelho, eu sou apenas um reflexo seu.



Escrito por Viscus as 5:13 AM
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novembro 20, 2007


Você tem coragem de enfrentar um monstro?
De ter um pesadelo e não correr?
Já pensou no fato da realidade ser muito pior que o pior dos pesadelos?

Eu estava adormecido até que meu autor me convocou para falar sobre o peso de uma pena.
Se eu não estivesse tão confuso e perdido essa seria uma resposta muito fácil, mas meus medos estão ao meu encontro e fico completamente perdido.
Aposto que está se perguntando qual seria a minha resposta se eu não estivesse nesse estado e eu te respondo com franqueza, o peso de uma pena é tão leve quanto o peso de uma alma e como não acredito em alma digo que o peso de uma pena não pesa absolutamente nada.
Mas hoje estou confuso e queria pedir talvez uma pequena ajuda, tente relaxar e sentir tudo que está ao seu redor, os possíveis espíritos que sopram seu pescoço, o seu medo de dizer não, a fumaça do seu cigarro aceso, seus sonhos que você abandonou dentro do guarda-roupa.
Estou começando a acreditar que você possa realmente me ajudar, agora vá mais fundo e sinta a vontade de vingança que muitas vezes você abandona para não fazer o mal, sinta o ódio que você abandona ai toda vez que te olham com desprezo, sinta seus monstros que ficam embaixo da mesa e te impedem de andar, sinta o sopro no seu ouvido do ultimo eu te odeio que você ouviu.
Isso ajuda em algo?
Isso existe?
Um quarto assombrado existe, e é assombrado por seus demônios. Uma velha deformada? Uma bruxa nariguda ou um espírito de uma criança que você sente todo dia ao ir dormir?
Você cria seus demônios e você é responsável pela a assombração da sua vida, responsável pela criança que você abandonou de você para se tornar uma pessoa mais responsável e adulta.
Nem sempre perco o foco, mas as vezes isso simplesmente acontece.
Você não consegue me ajudar e desejo que desapareça, assim poderei continuar a matar.
Aposto que pensa que estou falando com você, mas tudo bem, você é humano.
Quer saber, o peso de uma pena depende do peso que cada um carrega nas costas e meu peso é nulo. Mato sem pensar, sem pudor e sem hesitar.
Agora te direi apenas mais uma coisa então preste atenção:
Eu não sou uma boa pessoa, ninguém é. Eu mato pessoas, destruo sonhos e acabo com o mundo. Então o conselho que dou é enfrentar seus medos, correr atrás de uma vida sem problemas e ser feliz.
Você não é feliz?
Então te direi quem sou, no começo falei do meu autor e meu autor é “deus” e eu sou a morte.
Feche os olhos, sinta minha presença ao seu lado e me evite.
Eu avisei.





Fico me perguntando por que as mesmas pessoas que inventaram armas se preocupam em inventar maneiras de punir quem usa essas armas para matar.



Escrito por Viscus as 4:10 AM
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Mente Doentia.

Observei aquela moça a semana inteira, ela é tudo que eu almejo, quero satisfazer meus prazeres com ela. Ela é tăo linda, com aqueles cabelos cacheados, e aquela pele branquinha, um verdadeiro objeto de desejo para qualquer homem.
Ve-la dia após dia, está mexendo com a minha cabeça, estou ficando louco e descobrindo um lado meu que nunca conheci. Acho que isso năo é nem um pouco bom.
Já sei quase tudo da vida dessa moça, ela é linda, me lembra uma colega do colégio quando eu estava na primeira serie, todos meus amiguinhos queriam te-la como namoradinha e ela nem me olhava, ninguém nunca me deu muita atençăo, ninguém nunca quis me ter como amigo, năo sei o que tem de errado em mim. Sempre fui tăo carinhoso, tăo gentil e tăo humilhado.
Já estou tomando coragem para brincar um pouco com aquela moça, mas preciso saber como farei depois, quanta incerteza, năo posso ser um simples assassino clichę, que no final das contas vai parar atrás das grades e acaba com a boca cheia de formigas.
Por Deus, como eu penso numa coisa dessas, ela tem família, filhos e um marido. Năo posso simplesmente ir lá e tirar o direito deles curtirem a felicidade. Mas como vou saciar meu desejo?
Não! Pare de pensar nisso. Seu estúpido.
Repita para si mesmo que vocę năo tem culpa de sua infância ter sido tăo conturbada! Acorde seu criançăo. Vocę năo pode se submeter a tal humilhaçăo, năo pode ser tăo baixo!
Năo deviam ter me tirado daquela clinica, era tudo tăo aconchegante, lá as pessoas falavam a minha língua e me entendiam, agora estou aqui fora, num mundo onde um quer subir por cima do outro. “ai que vontade de subir naquela moça”
Năo agüento mais me segurar, Deus um dia entenda minha cabeça e me de seu perdăo, eu sou um doente, ou pelo menos me passo por um, penso como um.
Meu lugar năo é aqui, as pessoas năo tem pena de mim! Por que eu teria pena deles? Ah.. talvez por que eles tenham uma vidinha perfeita.. PORRA!! Tenho que me submeter a isso sempre. Pare de usar essa cabeça para essas finalidades. Vocę tem dinheiro, năo precisa matar ninguém, vocę pode comprar prazeres!
Mas quem se importa com isso? O que vem fácil nunca tem graça, e aquela moça deve ter um corpo tăo doce!
Como eu sou doente... PARE! Pare! PAREEE!!!
Caralho que cabeça mas fútil!
Pense! Elabore um plano, faça uma jogada de mestre. Vocę é melhor que isso, seu plano năo pode ser tăo simples.. năo acredito que essa idéia seja minha, ate um policial de beira de esquina vai me pegar.
Como posso ser assim, ainda há tempo de mudar, mas será que é isso que eu quero? Eu ando tăo sozinho, năo posso mais ficar assim, aquela mulher é tudo que um homem sonha e eu preciso dela agora.
Bem, vou me preparar para saciar minha fome e realizar meus desejos, talvez năo dê certo o que eu estou pensando, mas acho que arrumei um jeito de driblar aqueles policiais malditos. Posso ser o que todos pensam, mas năo sou burro, isso năo!
Minha mente me surpreende cada dia mais e me deixa cada dia mais doente. Mas quem năo é doente? Quem nunca sentiu vontade de quebrar as regras? Quem nunca roubou num jogo? Acho que agora é a minha vez.....


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hehe, achei isso em um arquivo de um blog de 2003 que eu tinha..
só pra salvar mesmo.



Escrito por Viscus as 3:45 AM
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janeiro 31, 2007


Eu não me lembro do meu nome.

Dizem que fui famoso.
Será?
Será mesmo que fui famoso?

-Acorda! Ta na hora de levantar.
-Ta bem, Mike, já estou acordado e preparado.

Aqui estou. Caminhando lentamente em direção ao nada.
Um gênio, melhor que qualquer poeta, fui perfeito.

E sabe por quê?
Por que odeio crianças.
Aquelas malditas.
Não, não são todas as crianças.

Ok, acho que o que falei foi confuso demais.
Melhor abrir o jogo.

Sou um assassino.
Mas não sou qualquer assassino.
Matei crianças velhas.
E matei sonhos.
Hey hey, estou confuso.

Lembra-se da época do colégio?
Sempre tinha aquele grupo de garotos que batiam em um bundão da sala.
Escolhiam um que não fosse do grupo e todo dia esse era castigado por nada.
bem, acho escolheram o bundão errado.

Matei todos, sem pena.
É muito bom quando temos a facilidade em notar as fraquezas das pessoas.
Arranquei dentes, arranquei unhas.
Quebrei joelhos e matei pai e mãe.
Nem sempre precisa matar para ser um assassino.
O pequeno João, por exemplo,
Essa hora está em uma cama sem se mexer.
Como ele jogava bem futebol,
Contratado por um time italiano estava se preparando para ser famoso.
Isso foi pior que a morte para o pobrezinho.
Muitos acham que sou doente,
Você acha isso?
Somos um bando de animais que vivem se controlando para simplesmente se encaixar em um padrão perfeito para a sociedade.

Estou me encaminhando para a cadeira elétrica,
Mas não se preocupem, eu sempre estarei dentro de todos vocês.
Aquela vontade de se vingar, aquela vontade de matar seu chefe que te obriga a trabalhar que nem um cavalo por uma mixaria que vocês consideram uma grande riqueza.
Pobrezinhos.

-Sente-se, por favor, facilite as coisas. – disse Mike.
-Não vou dificultar nada, Mike.

[... Um dia eu fui uma criança idiota, movido por raiva e rancor fiz com um colega o que todos faziam comigo.
Bati nele sem motivo, humilhei ele perante todos.
Ele me olhou nos olhos e disse que um dia iria se vingar, que eu ia pagar pelo que fiz com ele. ...]

-Ok, Mike, é hora do seu show.





Serei sempre a vontade do pecado, o frio na espinha e o rancor que vocês sentem.
Serei sempre o medo, o acerto e o erro de vocês.
Serei a misericórdia e a vingança, serei deus e diabo.
Serei eu e serei vocês.
Se um dia olhar para o espelho e sua imagem sorrir pra você, lembre-se, desse sorriso.


-Acabou, retirem o corpo dele daqui.



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nem gostei muito, mas isso aqui estava meio "morto" .



Escrito por Viscus as 1:32 AM
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novembro 09, 2006


O peso de uma pena.

- Mãe!!
- Filho, seja um homem.
- Não se torne o que você presenciou.
- Não esqueça...
- o que você viu hoje. – E então ela sorriu


[... Eu não quero me lembrar,
Uma criança com o peso de se tornar um homem.
Mas qual sera o valor de um homem? ...]


- Pai, eu já posso descer?
- Um momento Debby.


Adeus mãe.

[... Plac, plac, plac.
Palmas para você,
Você é um ótimo pai.
Por que voltar ao tempo?
Por que me lembrar de tudo que aconteceu?
É realmente muito fácil ver a mãe sem os dois braços depois de uma briga com seu proprio pai!
Parece que foi hoje...]





- Ethan, saia já daqui seu moleque.
- Filho, escute seu pai.
- Mas mãe...
- Saia já daqui seu moleque! – Foi o que meu pai disse.

[... Ainda posso sentir aquela mão me puxando para o meu quarto ...]

- Ai, pai! Eu vou andando, não precisa me arrastar. Mãe! Me ajuda!
- Ela vai te ajudar seu moleque, você vai ver como ela vai te ajudar.
- SENTA NESSA MALDITA CAMA E NÃO SAIA DO SEU QUARTO!

[... E lá estava aquele animal, cortando os braços da minha mãe com uma faca de cortar pão (ou algo parecido). Eu era apenas uma criança, e os gritos iam ficando cada vez mais fracos.
Dez anos de idade. Dez anos de idade porra!
Enfiei a cabeça embaixo dos cobertores e os gritos iam ficando mais fracos.
Depois de horas consegui sair do quarto.
O velho preparou aquilo pra mim,
No chão havia uma seta apontando para o quarto de meus pais, não, não era uma seta comum. Eram os malditos braços da minha mãe.
Ainda consigo ouvir o respirar fraco e os gemidos de dor. ...]


Ok, acabei me envolvendo mais do que devia.

[... Hoje fui convidado a pensar no significado dessa frase:
O peso de uma pena.
A primeira coisa que pode vir na cabeça de muitos é “O peso de uma pena não pesa quase nada.”
Será?
No ultimo suspiro de minha mãe o peso de uma pena era pesado e muito.
Ao mesmo tempo era muito leve.
Contraditório?
A vida é contraditória.
Deus e o diabo?
O que presenciei me faz pensar que o diabo é Deus e que Deus é o diabo.
Ou talvez pensar que o diabo não exista.
Mas tudo bem, o assunto não é esse. Eu carrego o peso da pena até hoje.
“Coitadinho do Ethan, ele não merecia passar por aquilo.”
E lembrar que minha mãe sorriu no ultimo segundo de sua vida, ela sorriu.
Ela ficou tão leve quanto uma pena.
E eu com toda a responsabilidade de me virar e ser um bom homem.
AQUELA VADIA SORRIU!
Uma criança desesperada e a maldita morre sorrindo? ...]



Estou enviando esta carta para você refletir sobre "o peso de uma pena".
Pense bem! Essa é uma frase muito mais profunda do que você imagina.

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- Pai, posso descer?
- Sim minha filha, pode.
- se eu descer com essa corda no meu pescoço eu não vou me machucar?
- Não minha filha, pode descer...









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Bom, esse foi o começo do blog.
Primeira vez que escrevo algo com essa tematica.
Espero que gostem e espero melhorar com o tempo.



Escrito por Viscus as 2:24 AM
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novembro 08, 2006


Olá!
Hoje estou inaugurando o blog.
O blog tem como proposta de um a três contos por semana.
Os contos têm como tema terror/suspense e variações caso o escritor ache necessário.

Não vou fazer apresentação, vou me apresentar no primeiro conto.

Bom, é isso.
Espero que gostem.



Escrito por Viscus as 8:23 PM
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